O que estamos semeando?

“Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. Quem não planta jardim por dentro, não planta jardim por fora e nem anseia por eles.” Rubem Alves

Muito frequentemente olhamos para a nossa vida e queremos colher os frutos, bons frutos. Ansiamos por ter uma vida tranquila, saudável e feliz. O que poucas vezes fazemos nesse percurso é perceber o que estamos semeando dentro e fora de nós.

A começar pelo nosso próprio autocuidado, quantas vezes escutamos nosso corpo, nossas emoções e atendemos de fato às nossas necessidades? Deixamos, muitas vezes, de cuidar das necessidades básicas do nosso jardim interior como boa qualidade de sono, alimentação equilibrada, descanso, diversão, silêncio, boas companhias, achando que o necessário está fora de nós. Por vezes, cuidamos demasiadamente dos jardins externos e queixamos de algum sofrimento; esquecemos de ser nosso próprio jardineiro e de vivenciar o sofrimento enquanto oportunidade de crescimento e propulsor de mudança. Por vezes deixamos de apreciar o que já está dando certo. E é importante lembrar que toda crise é oportunidade de crescimento e transformação se escutamos a necessidade do momento.

Escolher vivenciar a vida em direção de semear em nós o amor próprio, a compaixão, a escuta ativa, o cuidado é criar oportunidade de sentir a fluidez da vida e a impermanência do nosso jardim. E sempre há tempo. Sempre é tempo de re(plantar) o nosso jardim interior, perceber se estamos precisando de podas, de limpeza, de adubo, de carinho, de sol. E nesse movimento perceber que  o nosso jardim exterior já está dando bons frutos.

 

 

 

Reflexão para o novo ano!

Fim de ano é tempo de reflexão! Milhares de coisas passam por nós como cenas de filme. Algumas que queremos esquecer que existiram e outras que buscamos guardar com a memória do coração. Mas, apesar de todos termos as nossas dificuldades, fim de ano comumente remetemos ao tema da prosperidade e da abundância.

Acerca do tema visualizamos o ano que está por vir e buscamos remeter às melhores coisas da vida, desejando abundância, saúde, paz e todas as coisas boas que possam acompanhar as nossas vidas. Se pudesse aqui inserir uma pequena sugestão adicional para a reflexão de final de ano seria a de que possamos exercitar as nossas emoções. Milton H. Erickson já dizia “As emoções precisam de exercício” e, muitas vezes, queremos exercitar apenas as que são confortáveis ou agradáveis enquanto que, na verdade, nossas vidas incluem a vivência e a experiência de todas as emoções e todas são importantes..

Para o ano que se encerra e para o ano que vem desejo de todo o coração que exercitemos as nossas emoções de maneira que possamos aprender com elas. O quanto tudo que a vida nos oferece é oportunidade de crescimento e que tudo que precisamos de mais precioso pra viver já está dentro de cada um de nós! Feliz Ano Novo!

 

A importância do agradecimento

Quantas vezes paramos pra perceber o que dá errado em nossas vidas? Por vezes olhamos pra tudo o que não funciona, o que saiu em desacordo com o que sonhamos ou pensamos. Ao fazer isso fortalecemos a crença de que diante de uma dificuldade ou problema as chances de solução são quase nulas, remotas ou impossíveis. Cabe aqui ressaltar a importância de pensar diferente e sentir: e se cultivarmos o agradecimento, o que muda?

A própria palavra AGRADECIMENTO contém movimento, fluxo de vida. Ao agradecermos pelas oportunidades de crescimento da vida, e isso inclui todas as coisas que nos acontecem, todas as expressões da vida em sua totalidade, nós passamos a focar naquilo que funciona.  Apesar de sermos acometidos por eventos que nos despertam emoções que, muitas vezes, não fomos educados a lidar assertivamente, ao agradecermos por tudo em nossas vidas passamos a cultivar em nós a própria vida em toda sua plenitude e prosperidade.

Agradecer desde as pequenas coisas que elegemos como pequenas às mais complexas e grandiosas. Quanto mais agradecemos mais nos abrimos ao amor, à prosperidade e às oportunidades de crescimento desfrutando saudavelmente.

Esse caminho tem coração?

Essa pergunta foi há um tempo abordada na ocasião de um Workshop onde tive a honra de conhecer de perto o trabalho da Dra. Teresa Robles, hipnoterapeuta Ericksoniana de grande referência na área da Hipnose Ericksoniana e que tem sido mestra para o meu trabalho profissional e vida pessoal. Tal questionamento particularmente me leva a refletir sobre a minha própria vida e sobre as minhas escolhas. Será que os caminhos que fazemos tem coração?

Caminhos com coração são todas aquelas escolhas ou trajetórias que fazemos em direção a uma vida boa, que nos dá a sensação de paz, de bem-estar. Se pararmos pra pensar, é possível que em alguns momentos da nossa vida talvez tenhamos feito algumas escolhas que nos levaram a caminhos de angústia, tristeza e desespero. Mas,  apesar de muitas vezes não querermos nos sentir tristes, angustiados ou desesperados ,todas as crises são oportunidades de crescimento, caso saibamos aproveitar de forma sábia essa oportunidade que  está acontecendo em nossas vidas.

O caminho com o coração é saber que sempre temos escolhas. Podemos escolher ter uma vida próspera e saudável.  Podemos escolher quanto tempo queremos permanecer agarrados no nosso passado. Podemos inclusive escolher, através da nossa imaginação qual o futuro que queremos ter, começando desde agora a nos colocar em primeiro lugar e a nos amar. E sempre cabe a reflexão: esse caminho que escolho tecer tem coração?

Como anda o cuidado de si?

Por vezes nos deparamos frente a algumas queixas frequentes como falta de ânimo, falta de energia e disposição, cansaço e estresse. Naturalmente, na vida moderna que levamos muitas dessas queixas são decorrentes do desgaste das nossas ações cotidianas e, consequentemente, tiramos pouco tempo para pausar nossas vida e ouvir as nossas emoções.

É possível que você já tenha ouvido falar na frase: “o corpo fala”! E sim, corpo e mente formam uma conexão maravilhosa entre sim e se comunicam todo o tempo. Uma das consequências da vida moderna é que tratamos nosso corpo como se fosse formado por partes separadas e não como uma totalidade. E sim, cada corpo é único, com necessidades únicas em cada momento.

Portanto, é muito importante se dar um tempo…Pausar. Sentir e perceber o que fala o seu corpo e qual é a sua necessidade naquele momento. Se seu corpo pede calma, tente respirar mais lentamente. Se seu corpo pede movimento, movimente-se numa caminhada, numa dança, numa corrida, numa aula de ioga, por exemplo. Se seu corpo pede descanso, se dê tempo para descansar o suficiente e repor as energias.

Quando nos damos essa pausa, ouvimos o íntimo que habita em nós mesmos e fomentamos o nosso cuidado dia-a-dia. E assim como as plantas, precisamos nos regar todos os dias para que um dia, naturalmente, possamos florescer.

Permissão pra ser humano

Parece uma frase óbvia se não nos levasse no mínimo a uma reflexão sobre nossas vidas. Como temos vivido nossas vidas? De que maneira temos desfrutado no nosso tempo? Como anda o nosso bem-estar?

Tanto a hipnose ericksoniana quanto a psicologia positiva me fizeram perceber e despertar para uma visão diferente da vida. Permitir-se ser humano é se dar a permissão de experimentar todas as emoções humanas. O natural é que todos podemos ficar tristes, podemos ficar ansiosos, desapontados, felizes. No fundo, a nossa experiência humana caminha rumo à felicidade. Somos tentados a acreditar que encontraremos isso no futuro, nas coisas, nos lugares, no passado, nas lembranças e pouco vivemos a experiência presente como uma oportunidade de sermos felizes. Passamos a maior parte do tempo querendo acabar com as nossas dores, evitando o sofrimento e com isso nos privamos também de nos dar a oportunidade de vivenciar as experiências presentes.

Poder desfrutar hoje do nosso tempo fazendo coisas que gostamos, cultivando bons relacionamentos com as pessoas que são importantes pra nós e que se importam conosco fazem total diferença para uma vida plena e saudável. Por isso, vale lembrar que é possível conviver com as nossas emoções de forma saudável aceitando-as, dividindo-as com pessoas queridas. Quando nos damos a permissão para ser humano damos abertura para que possamos aprender, exercitar e se doar ao exercício de uma vida mais próspera.